23 de fevereiro de 2015

#comebackthaisproject - A Razão


Quando me perguntaram, eu não fiz questão de pensar em uma resposta. Cada pessoa possui apenas uma boca, tecnicamente não dá o direito de tomarem conta do que sai dela. Mesmo que haja mais razões para ficar em silêncio hoje, perco boa parte da minha paciência pensando até que ponto vou deixar de ouvir o que eu tenho a dizer. Será que eu não preciso de respostas? Até quando vou calar o segredo que eu devo confessar aos meus ouvidos? Eles merecem, por direito, uma explicação.

Sem rodeios ou mistérios, dessa história você já ouviu falar. De alguma boca, ela se repete, tantas vezes que novamente me pergunto se é, se já deixou de ser. Engraçado como corações confusos continuam sendo motivo para preencher o vazio dessas linhas. Vazia. Sinto um buraco devastador toda vez que lembro que, mais uma vez, deixei minha razão em casa, tipo guarda-chuva. E olha que minha mãe avisou, "vem tempestade por aí". Ela meio que não errou e voltei pela metade.

Dizem que sou romântica e quando tento mudar de assunto, eu volto pra cá. Uma tela particular, onde não uso tinta, mas se for pra fazer chover, que lágrimas sejam derramadas. Que haja o dilúvio! Não gosto de economizar em arte, que antes dor fora motivo de isolamento, silêncio. Eu temo o silêncio, o nada, o meu vazio. Prefiro me sentir livre: do sofrimento, das mentiras e do que aparentemente colorido, na verdade, não chegam até vinte e cinco tons de cinza.

Eu não deveria revelar, mas se estou me fazendo um favor, por favor, misericórdia de mim. Não quero guardar em mim o cheiro de hortelã e cigarros recém acesos em mim para sempre. Sempre é distante, longo e desconhecido. Por mais que seja atraente o mistério, eu o temo. Não sei onde vai parar. Se eu dou um passo, o próximo pode ser o fim. Estou cansada de terminar histórias que mal começaram, que não tiveram sua vez. Elas precisam ser vividas até o final de trinta linhas, e não durar um refrão e só.

Só. Ele cantou "I wanna make you happy" e contou que estava só. Imaginei que só brincando. Eu hesitei, passei, mas me puxou de volta. Soltei um "pode deixar" e deixei pra lá, de lado, mas só a razão. O coração desligou os sentidos, todos eles. Borboletas assumiram o controle e a programação era outra, de uma hora pra até agora.

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